É uma ótima notícia quando o preço do combustível cai, não é mesmo?
O maior problema, hoje, é que o preço médio da gasolina no país segue firme acima de R$6,00 e passa de R$7,00 em algumas localidades.
Os dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) até o final de setembro apontavam a oitava alta consecutiva em meio a novos recordes na cotação do barril de petróleo e de temores de uma crise energética na Europa.
Mas por que os preços subiram tanto? Certamente, um dos motivos é a oscilação do dólar.
A moeda americana impacta desde os valores de passagens aéreas e bens de consumo, como carros e celulares, até o simples pãozinho da padaria — incluindo também o combustível.
Então, é preciso manter um olho no valor do dólar para saber o que pode acontecer também com os preços da gasolina e do diesel.
Mas, afinal, o que esses indicadores têm a ver? Qual é a ligação entre o dólar e o preço do combustível oferecido nos postos para o consumidor?
Primeiramente, é preciso entender como é feito o cálculo do valor combustível e de que forma as mudanças do mercado internacional podem impactar sua frota.
Como o combustível é calculado?
É importante saber que o valor do combustível está diretamente ligado ao preço do barril de petróleo, que é uma commodity (matéria-prima básica). Esse preço oscila no mercado internacional diariamente, dependendo de diferentes elementos.
Mesmo sendo um grande produtor de petróleo, o Brasil ainda precisa importar o produto refinado por meio da Petrobrás para suprir a demanda interna. Por isso, o preço do combustível por aqui acaba sendo influenciado pela cotação internacional do produto. É aí que entra a relação com o dólar.
Tendo isso em consideração, o preço do combustível que chega ao consumidor é formado pelos seguintes pesos:
- custo de produção e lucro da Petrobrás;
- custo do Etanol Anidro, produto adicionado à gasolina;
- lucro das distribuidoras e postos;
- impostos estaduais e federais.
Por que a alta do dólar impacta nos valor do combustível
Como citamos acima, a alteração da cotação do barril de petróleo no mercado internacional é um dos fatores que mais influencia no valor do combustível.
O preço do petróleo, no entanto, é impermanente porque é estabelecido principalmente pela relação entre a oferta e a demanda.
Ou seja, um aumento repentino na demanda de petróleo causa um aumento significativo no preço, porque os países exportadores não conseguem aumentar de uma hora seu nível de produção.
O contrário também acontece: a redução na demanda, sem que a oferta seja diminuída, faz com que preço do petróleo caia. E é esse quadro que vem se desenhando por conta da pandemia de coronavírus.
O valor do petróleo também oscila porque o produto é um ativo financeiro, sendo amplamente negociado na Bolsa de Valores, e a maioria dos contratos é feita em dólar.
Sendo assim, quando a moeda americana está forte, a tendência é que o preço da commodity tenha retração, e vice-versa.
Conclusão
Além da maior demanda e restrição de oferta, o dólar também não para de subir.
A valorização do petróleo tem um duplo efeito para países como o Brasil, que passam por uma profunda desvalorização cambial. O preço sobre não só porque a commodity está mais cara, mas porque o dólar está mais caro, consistentemente acima de R$5,00.
Por fim, como dissemos anteriormente, o Brasil é um grande produtor de combustível, mas ainda assim o preço do álcool e gasolina são afetados pela oscilação do dólar, já que insumos para sua produção são negociados na moeda americana.
Assim, para acompanhar as variações no preço da gasolina, fique por dentro da cotação do dólar.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-58743202
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